Texto e imagens: Willian Jhonnes

Era uma noite fria em Curitiba, uma típica noite de outono. O Crossroads, tradicional casa de shows da cidade, foi o local escolhido para uma celebração. A cantora e compositora Johaine Droppa, ou simplesmente Johaine, lançava seu primeiro EP em sua carreira solo e não poderia ter escolhido um palco melhor para isso. Sua voz forte e sua música pesada combinavam com o ambiente e o público que, mesmo numa noite fria de quinta feira, compareceu em bom número ao evento.
Antes da atração principal da noite subir ao palco, coube às curitibanas da banda Punkake agitar – e preparar – o público para o que estava por vir. A banda, que este ano completou 10 anos de carreira, foi escolhida para abrir o show que seria uma marca na

carreira de Johaine. Formado por Bacabí (vocal), Lívia (guitarra), Ingrid (baixo) e Carol (bateria), o quarteto incendiou o público, mesclando suas músicas autorais, como a clássica Meow e a novíssima My Beat, lançada como single em dezembro do ano passado, com vários clássicos do rock, como One Way or Another, do Blondie, e Somebody to Love, do Jefferson Airplane.
O show, marcado para as 22hs, começou com um pouco de atraso e com um público bem acanhado. A banda subiu ao palco e abriu com uma música própria, You and Us, seguida do clássico do Blondie, uma das influências da banda.

Durante o show, as curitibanas foram alternando entre músicas próprias e covers, mostrando, além de competência e versatilidade, um gosto musical impecável. Durante toda a apresentação, clássicos como Helter Skelter (Beatles), Psycho Killer (Talking Heads), I Want to Break Free (Queen) e Blitzkrieg Bop (Ramones) se fizeram ouvir, agitando os presentes. Mas os fãs da banda se agitaram ao som de I Will Never, Lovely Betty, A Kiss to the Fashion, War Trophy e Summer Sounds, grandes sucessos da Punkake.
Durante os mais de 60 minutos em que esteve no palco, a banda demostrou uma grande energia e carisma, com destaque especial para Lívia e suas estripulias, que incendiavam a todos, e às caras e bocas de Bacabí. A cada intervalo, a banda fazia questão de agradecer ao público, que a cada música aumentava um pouco mais, pela presença e apoio. Um dos pontos altos do show foi a releitura de Toxic (Britney Spears), com uma roupagem bem rock’n’roll.
Após a apresentação de seu mais recente single, mais um clássico do rock – Rock and Roll (Led Zepellin) – agitou o público e Knock Knock, da própria banda, fecharam o show.

Para o público, ficou um gostinho de quero mais, mas o tempo apertado não permitiu que houvesse um bis. Uma pena, já que a impressão que temos é que o que é realmente bom dura muito pouco.
Assim que a Punkake deixou o palco, a atração principal da noite se preparou para o seu show. Os músicos da banda de apoio subiram ao palco para levar ao público as músicas próprias e várias outras músicas que influenciaram a carreira de Johaine. Mas, devido a pequenos problemas técnicos, mais um pequeno atraso ocorreu. Solucionadas as questões técnicas, o show pode, enfim, começar.
Contando com o apoio de Leandro Cruz (baixo), Nine Biscaia (bateria) e Allan Majid (guitarra), Johaine abriu com Psycho, do Muse, seguida de seu single, Volúpia. Assim como a banda de abertura, o repertório era repleto de covers de várias bandas e músicos, tanto nacionais quanto internacionais. Além de influências como Systerm Of Down, Far fromAlaska e Scalene, a curitibana

mostrou um repertório bem eclético e variado. Com músicas que iam de Lobão a Halestorm, passando por The Pretty Reckless e a mais notória das influências, Pitty, Johaine presenteou a todos com um show muito forte e intenso.
Durante aproximadamente uma hora e meia, o público pode apreciar um show cheio de nuances e que, nas músicas próprias, se mostrou pesado, recheado de bons riffs e, como diz a própria Johaine, letras sem filtros. Uma pena que, por ser o lançamento de um EP que conta com apenas quatro músicas, não foi possível ouvir mais do seu trabalho autoral. Inclusive, essa semana (06/04), a compositora lançou seu segundo clipe – Inferno Particular – através de sua página oficial no Facebook.
Para os fãs de um bom som autoral, este foi um grande presente. Tanto a Punkake quanto a Johaine nos presentearam, tanto com suas ótimas músicas, como suas releituras de suas influências.
Para o futuro, aguardamos as novidades – e os novos álbuns que estão por vir – dessas que são duas grandes representantes da música autoral curitibana.
Você pode ver mais fotos da banda Punkake aqui e da Johaine aqui.
Setlist
Punkake
- You and Us
- One Way or Another
- I Will Never
- Helter Skelter
- Lovely Betty
- Me and Bobby McGee
- A Kiss to the Fashion
- Somebody to Love
- Psycho Killer
- Between the Walls
- War Trophy
- Smells Like Teen Spirit
- Vanilla Dreams
- I Want to Break Free
- Summer Sounds
- Toxic
- Blitzkrieg Bop
- Meow
- TNT
- My Beat
- Rock and Roll
- Knock Knock
Johaine
- Psycho
- Volúpia
- Gasoline
- I Get Off
- Out of the Black
- Hysteria
- Máscara
- Inferno Particular
- Thievery
- Histeria
- Apocalyptic
- Love Bites
- Mz Hyde
- I am the Fire
- Supermassive Black Hole
- Undisclosed Desires
- Segredo
- Confissão
- Familiar Taste of Poison
- Amen
- Going to Hell
- Make Me Wanna Die
- The Handler
- I Miss the Misery
- Uprising
- Aereals
- Killing in the Name Of

Músico há mais de 20 anos, com passagens em diversas bandas no Paraná e Rio de Janeiro, atuou como produtor musical e de eventos voltados ao Metal, desde Heavy Metal ao metal extremo. Foi colaborador da extinta revista Dynamite (SP) como redator, repórter e fotógrafo.